Massa vence. E Ilhabela também
Último dia de regata. E Marcelo Massa é campeão da categoria Carabelli 30. Com ele 4 velejadores de Ilhabela, garantem também o título. Veja a comemoração
Na promissora classe C30, o Loyal conquistou o bicampeonato com uma campanha exemplar: seis vitórias em nove regatas. Com apenas 11 pontos perdidos, o barco do comandante Marcelo Massa, ficou à frente do Katana/Energia (18 pontos) e do Caballo Loco (26), os três com direito ao pódio. O Loyal foi para a última batalha como amplo favorito ao título. Precisava de apenas um sétimo lugar em duas provas previstas. A Comissão de Regatas optou por cancelar a segunda devido à falta de vento.
Ilhabela fez jus à condição de capital da Vela no Brasil e encerrou uma semana completa de desafios, com regatas em todas as condições de vento. Entre os 134 participantes da 40ª edição da Rolex Ilhabela Sailing Week, foram definidos campeões em 15 classes, quatro deles foram presenteados com um prêmio especial, um relógio Rolex Oyster Perpetual Air-King.
Criada em 1974 por velejadores da represa de Guarapiranga que se encantaram com uma raia nova e de condições excelentes no litoral norte de São Paulo, a Rolex Ilhabela Sailing Week é hoje o evento mais importante de Vela na América Latina. Por aqui passaram os campeões pioneiros da Vela brasileira, e muitos deles estão hoje de volta à raia, competindo contra os grandes nomes da atualidade, como Robert Scheidt e os irmãos Torben e Lars Grael e também com os nomes da futura geração da Vela brasileira.
Neste ano, pela primeira vez foram quatro os campeões premiados com um Rolex Oyster Perpetual Air-King: Kiron, na ORC internacional; Crioula, na Soto 40; Loyal, na Carabelli 30 e Ginga, na HPE 25.
Quatro premiações especiais
Na ORC internacional, o Skipper 30 Kíron, do comandante uruguaio Leonardo Guillermo Cal, chegou ao título quebrando paradigmas. Numa classe acostumada a ver grandes veleiros no degrau mais alto do pódio, o pequeno 30 pés, com tripulação totalmente amadora deixou para trás todos os grandes veleiros. Foi também o primeiro veleiro de Santa Catarina campeão da ORC internacional. “Foi a maior vitória da minha carreira. Esse Rolex eu não vou tirar do pulso, porque foi muito especial. E quando eu morrer, esse relógio vai ficar com a tripulação, por tudo o que ela fez por mim nos sete anos em que corremos juntos até agora”.
Leonardo Guillermo Cal completou: “A Rolex Ilhabela Sailing Week desse ano foi uma lição de vida. No primeiro dia, sem vento, a paciência deu o tom. Fomos aprovados nessas condições. Na sequência, a segunda regata foi disputada com muito vento e ondas grandes. Entrou a coragem. No fim, com a liderança, a tripulação do Kiron teve sabedoria e Inteligência para não colocar tudo a perder”.
O catarinense Matheus Dellagnelo, campeão mundial e pan-americano de Sunfish foi o timoneiro e tático do Kiron III. Em campanha olímpica na classe Laser, ele deve enfrentar em breve outro campeão em Ilhabela nas seletivas brasileiras da classe.
Robert Scheidt, nove vezes campeão mundial de Laser esteve em Ilhabela e, ao lado de Bruno Prada, foi o campeão na classe Star. Depois da conquista em Ilhabela, os tricampeões mundiais, Scheidt e Prada, projetam reatar a dupla para o Mundial de 2014, no Lago de Garda, “quintal de casa” em relação à atual residência de Scheidt, na Itália.
SOTO
Na Soto 40, o grande nome do ano foi o gaúcho Crioula, de Renato Plass, que venceu oito das nove regatas disputadas na competição. Com cinco barcos na raia, a disputa na classe foi marcada pelo problema que Torben Grael enfrentou no segundo dia de regatas, quando os ventos passaram de 20 nós. O S40 Magia V/Energisa, de Torben Grael quebrou o mastro quando liderava a terceira regata da competição. Com a avaria, a equipe ficou fora da disputa. Samuel Albrecht, timoneiro do Crioula, comemorou o título e aposta numa S40 ainda mais forte no ano que vem. “Para o Crioula a semana foi ótima. Esse é um título que a gente sempre quis e ganhamos numa das melhores semanas que eu já disputei aqui, com todas as condições de vento”.
C30
Marcelo Massa, comandante do Carabelli 30 Loyal conquistou em Ilhabela seu segundo título em dois anos de C30 na Rolex Ilhabela Sailing Week, o primeiro premiado com um relógio Rolex. “Foi ótimo ver nove barcos juntos na raia. Está cada vez mais difícil se manter na frente. O prêmio vai também para a classe, que cresceu muito e deve chegar a 15 barcos no ano que vem. Estou convencido que a C30 é o futuro da Vela no Brasil”.
HPE 25
As quatro décadas de Vela em Ilhabela transformaram a ilha também em um pólo na formação de velejadores. Prova disso veio com o título do Ginga na HPE, uma das classes mais disputadas da competição, com 25 barcos na raia e com vários tripulantes com títulos internacionais. Três dos quatro tripulantes do Ginga são de Ilhabela. No sábado, último dia de competição, eles já tinham o título garantido e não precisavam nem ir para a água. Mas fizeram questão, e saíram com mais uma vitória, a sexta em 10 regatas.
José Vicente, timoneiro do Ginga, nascido em Ilhabela conta que esse era o título que faltava. “Já ganhamos o Brasileiro aqui uma vez, mas no mesmo ano ficamos em oitavo na Rolex Ilhabela Sailing Week. Era o título mais importante, o título que faltava. Agora é nosso”.
Resultados finais
S40 após 9 regatas e 1 descarte
1º – Crioula (Eduardo Plass) – 8pp (1+1+[2]+1+1+1+1+1+1)
2º – Carioca (Roberto Martins) – 15pp (2+[3]+1+2+2+2+2+2+2)
3º – Vesper 4 (João Marcos Mendes) – 27pp (4+5+4+3+3+[4]+3+3+3)
C30 após 9 regatas e 1 descarte
1º – Loyal (Marcelo Massa) – 11pp (1+1+1+1+1+1+3+[3]+2)
2º – Katana/Energia (Fabio Filippon) – 18pp (3+3+[7]+4+2+3+1+1+1)
3º – Caballo Loco (Mauro Dottori) – 26pp ([6]+2+3+3+3+4+5+2+4)
Star – após 10 regatas e 1 descarte
1º – Robert Scheidt/Bruno Prada – 8pp (5+1+1+1+1+1+1+1+1+[12])
2º – Marcelo Fuchs/Ronald Seifert – 23pp (4+3+2+4+2+2+3+[5]+2+1)
3º – Lars Grael/Samuel Gonçalves – 26pp ([7]2+3+3+4+3+2+4+3+2)
HPE – após 10 regatas e 1 descarte
1º – Ginga (José Vicente Monteiro) – 15 pp ([4]+1+1+3+3+3+1+1+1+1)
2º – FIt To Fly (Eduardo Mangabeira) – 33pp (2+[8]+5+7+5+1+5+2+3+3)
3º – Bond Girl Jimny (Carlos Wanderley) – 47pp (13+2+2+5+6+7+3+4+5+[26])
ORC Geral – após 9 regatas e 1 descarte
1º – Kiron (Leonardo Guilhermo) – 12pp (1+1+1+2+2+[2]+1+2+2)
2º – Angela VI (Peter Dirk) – 21pp ([29]+2+3+1+9+1+3+1+1)
3º – Asbar 4 (Marcelo Pereira) – 49,5pp (2+[15]+13+8+7+4+4+4,5+7)
ORC 500 – após 9 regatas e 1 descarte
1º – Angela VI (Peter Dirk) – 9pp ([12]+1+1+1+2+1+1+1+1)
2º – Catuana Kim (Paulo Cocchi) – 29pp ([12]+3+2+3+5+3+2+6+5)
3º – Miragem (Paulo Roberto) – 32pp (4+4+4+4+6+[12]+4+2+4)
ORC 600 – após 9 regatas e 1 descarte
1º – Absoluto (Renato Gama) – 26pp ([11]+2+2+5+2+3+4+1+7)
2º – Asbar 4 (Marcelo Pereira) – 26,5 (1+7+[8]+4+5+2+2+2,5+3)
3º – Ruda (Guilherme Hernandez) – 28pp ([9]+1+1+6+4+4+6+5+1)
ORC 650 – após 9 regatas e 1 descarte
1º – Kiron (Leonardo Guilhermo) – 8pp (1+[1]+1+1+1+1+1+1)
2º – Maestrale (Adalberto Casaes) – 18pp (2+2+2+[3]+3+2+3+2+2)
3º – Samurai Ni (Ian Muniz) – 23pp (4+3+4+2+2+3+2+[4])
ORC 700 – após 9 regatas e 1 descarte
1º – Rocket Power (Luiz Augusto Lopes) – 11pp ([5]+2+1+2+1+2+1+1+1)
2º – Prozak (Marcio Finamore) – 18pp (2+1+2+3+2+1+3+[5]+4)
3º – Colin (Sebastian Menendez) – 23pp (1+5+[5]+4+3+4+2+2+2)
IRC – após 9 regatas e 1 descarte
1º – Ruda (Guilherme Hernandez) – 21,5pp ([7]+1,5+1+4+2+1+7+6+1)
2º – Angela Star (Peter Siemsen) – 21,5pp ([20]+1,5+2+1+8+3+4+1+2)
3º – Tangaroa (James Bellini) – 25pp (1+4+[7]+3+1+5+2+5+5)
RGS A – após 9 regatas e 1 descarte
1º – Quiricomba (Escola Naval) – 12pp (2+[6]+2+1+1+2+2+1+1)
2º – Jazz (Valeria Ravani) – 16pp (3+2+[4]+2+2+1+1+3+2)
3º – Fram (Felipe Aidar) – 29pp (6+[7]+1+5+4+5+3+2+3)
RGS B – após 9 regatas e 1 descarte
1º – Mandinga (Jonas Penteado) – 13pp (1+1+2+1+1+3+18+[18]+3)
2º – Revanche (Celso de Faria) – 27pp (3+2+3+6+3+2+[7]+6+2)
3º – Albatroz (Gremio de Vela Escola Naval) – 28pp ([8]+5+6+4+4+1+1+1+5)
RGS C – após 9 regatas e 1 descarte
1º – Rainha/Empresta Capital (Leonardo Pacheco) – 10pp (2+1+2+1+1+1+1+[9]+1)
2º – Santeria (Mauricio Martins) – 21pp ([15]+12+4+2+1+2+2)
3º – Azulao (Marcello Polonio) – 25pp (1+3+3+[4]+3+4+4+3+4)
RGS Cruiser – após 9 regatas e 1 descarte
1º – Jambock (Marco Aleixo) – 10pp ([10]+1+1+1+1+1+1+2+2)
2º – Cocoon (Luiz Caggiano) – 21pp ([10]+2+2+3+4+5+3+1+1)
3º – Boccaluppo (Claudio Melaragno) – 27pp (2+[10]+4+2+2+2+2+10+3)